Greve dos vigilantes fecha agências da Caixa e do Banco do Brasil no DF
Em nota, bancos dizem que lei impede funcionamento sem vigilância.
Greve afeta 70% das agências do BRB; categoria quer reajuste de 15%.
A greve dos vigilantes de empresas no Distrito Federal, iniciada nesta quinta-feira (26), provocou o fechamento das agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil (BB) no DF nesta sexta (27).
O Banco de Brasília (BRB) está com apenas 30% das agências em funcionamento.
Em nota, os bancos informaram que são obrigados por lei a só funcionar com serviço de vigilância. Atualmente, 18.120 vigilantes trabalham no DF, em bancos, prédios públicos e privados. Das 68 empresas de vigilantes registradas no DF, 32 são filiadas ao sindicato da categoria.
A Federação dos Bancos (Febraban) informou, por meio de nota, esperar que a negociação entre os trabalhadores e as empresas "seja rapidamente solucionada para evitar maiores transtornos à população", mas não faz menção à quantidade de bancos privados afetados pela paralisação da categoria. A instituição informou que ainda fazia um levantamento da situação.
A Polícia Militar informou que não atua nos bancos, mas que aumentou o número de rondas próximo a agências para evitar eventuais assaltos.
A categoria reivindica aumento de 15% no salário e tíquete-refeição diário de R$ 25. Hoje, o salário base é de R$ 1.299 e o tíquete, de R$ 13,50. Os trabalhadores pedem também o cumprimento de um acordo que dizem terem fechado com os empregadores no ano passado.
O acordo teria estabelecido que, de 2010 a 2014, o adicional por risco de vida de 30%. Segundo o Sindicato dos Vigilantes do DF (Sindesv-DF), apenas 25% foi repassado à categoria.
Segundo o vice-presidente do Sindesv, Paulo Quadros, na reunião desta quinta com o sindicato das empresas, não houve acordo. “Ontem [quinta] levamos a proposta para a assembleia e eles disseram que dariam só a inflação do período, o que significaria 9,48%. Estamos aguardando contato para nova negociação”, afirma Paulo.
O presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada (Sindesp), Irenaldo Pereira Lima, disse acreditar que a proposta apresentada não chegou aos trabalhadores. “Acho que houve uma falha na comunicação. A greve não tem base. Tentamos a todo custo evitar, [a greve] é prejudicial para todo mundo”, declarou.
Quadros rebateu o pronunciamento de Lima. “Eles não foram pegos de surpresa. Afirmamos que faríamos a greve. A gente faz as coisas com muita sabedoria. Não tem falha em comunicação nenhuma”, afirma Paulo Quadros.
Segundo Lima, o sindicato negocia há duas semanas e ofereceu um acordo com pacote de reajuste de 16,69%, um ganho real de 7% em relação à inflação do período.
O Sindesp informou que tomou medidas legais junto ao Ministério Público do Trabalho e ao Ministério do Trabalho para tentar encerrar a greve .
Apesar do fechamento das agências, a Febrabran lembra que clientes dos bancos têm à disposição outros canais de atendimento, como telefone, rede de correspondentes, caixas eletrônicos e internet.
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